Imagino fantasmas estranhos
Enquanto não amanhece.
Não amanhece
não me esqueço
E me demito.
Inevitáveis, confusos, intocáveis
Meus fantasmas não me permitem
Sequer dissolvê-los,
Diluí-los ou esquecê-los.
Diabólicos, silenciosos e maquiavélicos
Meus fantasmas são meus tormentos
Sem espaço e em qualquer tempo.
Roubam meus documentos
Meus pincéis
E meus intentos.
No meu quarto, à noite,
Esses malditos
Despertam meu desejo
E invadem meus segredos.
Enchendo de poeira meus cabelos
Transformam minha insensatez
Em tragédia.
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