Quem poderá saber como se sente o pintor?
Através da neblina desta tela
O cinza, o azul, o verde.
Por entre os prédios, como se sente?
Por entre as ruas, como se sente?
Quem poderá saber, nesta metrópole?
O que quer o pintor?
Preferiria ser mandado pro inferno,
Jogado no lixo
Quebrado em mil pedaços,
Ser corroído por ácidos?
Quem poderá saber, nestas ruas todas?
Ser cortado por paixões sem piedade?
Ser adotado na própria porta,
ou pelo caminho?
O pintor é frágil.
È forte
É cheio de magoa
E cheio de perdão.
É humano.
Demasiado humano.
E ele sabe disso.
De tudo isso.
Mas, alguém mais sabe?
Alguém mais quer saber?
E assim o pintor encosta a tela
Atrás do armário.
Ninguém sabe.
Nem saberá.
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